Quando o assunto é alergia ou problemas de pele relativos a
pulgas e carrapatos o médico veterinário sempre frisa que além de tratarmos os
animais temos que cuidar do ambiente, pois ele é responsável para que o
problema se perpetue. Mas na mesma hora você pensa: “Como assim doutor? Minha
casa é muito bem limpa, passo desinfetante todos os dias e nunca vi uma pulga.
Além do mais se tivesse pulgas eu saberia, pois tenho alergia e veria as
picadas na minha pele!”.
Ok, você tem razão! Sua casa é muito limpa. Deixa-me explicar
o que queremos dizer quando o assunto é infestação no ambiente.
As pulgas adultas que enxergamos nos animais são apenas 5% do
problema, todas as outras estão no ambiente em suas formas imaturas (ovos,
larvas e pupas).
Ao contrário do que se imagina, os ovos são pontinhos
esbranquiçados encontrados nas cobertas, caminhas e chão. Os pontinhos pretos
nos pelos dos animais são as fezes das pulgas que indicam uma infestação ativa.
A limpeza do ambiente com desinfetantes não é capaz de matar
as pulgas, que morrem somente com inseticida específico. As pulgas de cães são
espécie-específica, ou seja, têm preferência em parasitar o cão, logo
dificilmente elas vão procurar você.
Para afirmarmos que um cão não tem pulgas ele deverá ter um
rigoroso controle preventivo realizado conforme o tipo de produto utilizado
(pipetas, coleiras...). Lembrando que: se o cão é alérgico, basta uma pulga
picar para desencadear uma crise e o animal se coçar, e que durante o ato de se
coçar a pulga pode cair e não a encontrarmos mais. Podemos fazer uma correlação
com os pernilongos que nos incomodam no verão: durante a noite eles nos sugam e
na manhã seguinte acordamos “picados” e com coceira, mas o pernilongo não está
na pele.
Portanto para um tratamento efetivo devemos combinar os cuidados
do animal e do ambiente!