terça-feira, 24 de julho de 2012

Sarna em coelhos

SARNA EM COELHOS

A cada ano cresce o número de pessoas que passam a ter um coelho como animal de companhia, e é fácil entender o motivo. O coelho é um animal muito dócil, não faz barulho, é inteligente e costuma ser bastante higiênico, aprendendo facilmente a utilizar uma caixa de areia ou a gaiola aberta para fazer suas necessidades, como um gato. Adora um gramado, mas se adapta muito bem em apartamento.
Como todo animal, também pode ficar doente, e a acaríase auricular, ou sarna de orelha é uma delas. Sarna é o nome popular para a infestação do animal hospedeiro por ácaros que vivem e se alimentam de sua pele e secreções. No caso da sarna de orelha dos coelhos o ácaro causador é chamado de Psoroptes cuniculi.
A transmissão se faz por contato direto entre um coelho infestado e outro sadio, contato com a descamação ou crostas provocadas pela doença, ou até mesmo pelo contato com objetos ou ambiente contaminados. Alguns ácaros podem sobreviver por mais de uma semana fora do animal hospedeiro, e cada fêmea pode colocar cerca de 90 ovos durante sua vida de 21 dias em média.
Em casos de pequena infestação o coelho afetado pode apresentar pouca secreção ou mesmo não apresentar sintomas. Os fatores que predispõem ao aparecimento das infestações são baixa higiene do local onde vive o coelho, animais debilitados ou doentes e animais jovens.
         Balançar de cabeça, coçar as orelhas com as patas e presença de crostas no interior do pavilhão auricular podem ser sinais de sarna de orelha, tendo a necessidade de consulta com o médico veterinário para correta avaliação e tratamento. O diagnóstico é concluído após observação do ácaro em microscópio ou visualização com otoscópio, e o tratamento do animal é feito com medicações calculadas com base no peso de cada paciente. Coelhos são extremamente susceptíveis a intoxicações, portanto deve-se ter um cuidado especial para evita-las. O ambiente onde o coelho vive também deve ser tratado com produtos apropriados ou até mesmo com vassoura de fogo (espécie de botijão de gás com mangueira especial para aplicar fogo concentrado no local) sob supervisão de pessoa habilitada. A infestação pode ser muito difícil de ser eliminada do local, sendo que na grande maioria dos casos o controle deverá ser permanente, a fim de evitar recorrência.

Coelho com infestação por Psoroptes cuniculi crônica. Observe as crostas no interior da orelha e lesões ao redor do olho, nariz, mãos e pés. Foto: acervo do autor.